Gostaria de compartilhar com você uma porção que Deus ministrou ao meu coração durante um tempo de devocional, não vou saber precisar ao certo quando foi, já faz algum tempo, mas certamente fez avaliar meu nível de intimidade com Deus, e espero que enquanto leia esse post, Deus possa ministrar ao seu coração Suas verdades, cumprindo assim seu real papel.
Desde muito cedo estive no ambiente da igreja. Batizei-me aos 12 anos de idade, não por imposição, pressão de alguém ou coisa desse tipo, foi algo consciente, escolha minha, sabia a decisão que estava tomando.
A partir daí, as coisas foram acontecendo de forma rápida, comecei a participar do ministério de dança, logo depois entrei para o louvor da igreja, trabalhava também no ministério infantil, era ativa no departamento de adolescentes o que me trouxe uma posição de liderança pouco tempo depois, não posso esquecer de que todo sábado pela manhã estava na igreja ajudando na limpeza (estava levando a sério aquele versículo que diz para os solteiros cuidarem das coisas do senhor, rsrs), enfim, foram anos de muito serviço, aprendizado, comunhão e eu me sentia muito feliz nesse lugar.
Penso que todos nós passamos ou passaremos por experiências parecidas, acredito que se não estamos nesse lugar, estivemos ou estaremos nele em algum momento da nossa história.
Esse é o ponto que Deus começou a tratar comigo. Sempre tive a sensação que faltava algo, sempre me perguntava se a vida com Deus se resumia apenas nisso, será que tinha mais coisas?
Porém, era um questionamento meu, não costumava dividi-lo, mas Deus um dia me chamou para uma conversa e descortinou suas verdades. Ele me disse que dentro do relacionamento que oferece a cada um de nós existem níveis de intimidade e o primeiro passo para desfrutarmos desses níveis é aceitando o chamado.
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ToggleO chamado a Intimidade com Deus
Uma voz ecoou no jardim do Éden e a mesma voz ecoará no decorrer da história, de geração em geração até que ele venha:
“E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estas?” (Gn 3:9)
Desde o início Deus oferece ao homem um relacionamento de intimidade, Ele sempre desejou comunhão. Nesse versículo Adão tinha acabado de pecar, de desobedecer a Deus, estava se escondendo, mas mesmo assim Deus o chama para relacionar-se, para estar com ele, Sua intenção sempre foi ser íntimo de nós. Não qualquer intimidade, penso que seria importante uma definição clara de íntimo.
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Íntimo:
Estreitamente ligado, que atua no interior, no âmago (o centro, a parte mais íntima de um ser, alma)
É esse tipo de intimidade que Deus oferece e deseja estabelecer com cada um de nós, um relacionamento no mais íntimo do nosso ser, sem reservas, sem segredos…
Todos nós já ouvimos esse chamado, respondemos a ele e começamos nossa caminhada. Nosso relacionamento se estrutura mais ou menos assim:
- Ouvimos o chamado, respondemos a ele e aceitamos Jesus como nosso senhor e salvador: Salvação;
- Caminhamos um tempo na igreja e fazemos nossa declaração pública: Batismo;
- Agora, membros da igreja, começamos a trabalhar: Serviço;
Esse é o próximo passo da jornada, aqui encontramos o primeiro nível de intimidade com Deus: O nível do servo.
1º nível de intimidade: O nível do servo.
Quando Deus começou a conversar comigo sobre os níveis de intimidade me fez ir ao texto de Lucas 10: 38-42 que logo passou a ser um dos meus textos favoritos. Acompanha comigo os versículos 38 e 40:
“Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o em casa. (…). Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.”
Marta tipifica o nível do servo. No dicionário a definição de servo é o empregado, o escravo, também é aquela pessoa que presta culto e serve a Deus.
No versículo 38 do trecho que acabamos de ler diz que Marta hospedou Jesus em sua casa, se fizermos uma analogia essa casa pode representar seu coração, logo Marta recebeu Jesus em seu coração, era salva, entendia que Jesus era o Messias, o filho de Deus. Continuando no trecho destacado, vemos Marta agitada de um lado para o outro, ocupada em muitos serviços. Esse é o retrato da nossa caminhada cristã, ouvimos o chamado, nos convertamos e logo depois começamos a trabalhar na igreja, a servir na casa do Senhor. Existe um lugar específico na casa para os servos, observe:
“Ora, a primeira aliança também tinha preceitos de serviço sagrado e o seu santuário terrestre. Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estava o candeeiro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o Santo Lugar, (…), Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados.” (Hb 9: 1,2 e 6)
Fica muito claro nesse texto o lugar onde encontramos os servos, eles estão no Santo Lugar, estão no lugar do serviço. A própria palavra já diz, o servo serve, o seu prazer está em trabalhar, em servir. Agora você deve estar se perguntando se existe algum problema em estar nesse lugar, em servir à casa do Senhor? A resposta é não, absolutamente não, mas o problema está em permanecer nesse nível de intimidade, pois alguém já viu um patrão ou um senhor chamar um empregado, um escravo e compartilhar seus sonhos, projetos e planos? Olha o que Jesus fala na primeira parte do texto de João 15:15:
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor (…)” (grifo meu)
Esse nível de intimidade é raso, não devemos permanecer nele durante toda nossa vida com Deus. Essa era minha insatisfação, meu questionamento interior, o serviço me completou durante um tempo, no entanto em determinado momento senti falta de algo que não sabia o que era e o serviço não dava conta de preencher, até que Deus lembrou-me de que o véu havia sido rasgado quando Jesus morreu na cruz, abrindo caminho para um novo nível de intimidade que todos nós devemos desfrutar.
No próximo post falarei sobre a INITMIDADE DO ADORADOR